Home Care é o termo em inglês que expressa a assistência domiciliar que pode ser tanto para promoção e prevenção à saúde, quanto para o tratamento de doenças ou reabilitação diante de perdas de funções físicas, psíquicas ou sociais. A RDC nº 11 da Anvisa de 26 de janeirode 2006 estabelece as seguintes definições sobre a assistência à saúde no domicílio:
Portanto, a abordagem assistência à saúde no domicílio é diferenciada e tem foco nas necessidades específicas de cada paciente que deve apresentar estabilidade clínica para que sua assistência seja adequadamente conduzida com os recursos viáveis de serem conduzidos no domicílio, podendo esta assistência ser contratada através de uma empresa de Home care, oportunizada dentro do sistema público de saúde ou oferecida através da contratação direta dos profissionais da saúde, dos quais o paciente tem a necessidade do cuidado.
Certamente essa é a opção mais confortável e humanizada a ser indicada para diferentes quadros de doenças crônicas, inclusive para pacientes com câncer.
Embora todos os pacientes tenham direito a um tratamento humanizado e domiciliar, tanto o sistema público de saúde, quanto o privado, não asseguram essa assistência. Tendo como grande desafio o financiamento desse tipo de serviço.
Pelo SUS, esse tipo de assistência está desenhado através da Estratégia da saúde de família, na qual, recentemente, profissionais como o fisioterapeuta foram incluídos como membros através da Lei 14231/21.
Para subsidiar os profissionais de saúde na rede privada, são considerados alguns critérios como os definidos pelo NEAD (Núcleo Nacional de Empresas de Assistência Domiciliar) e ABEMID (Associação Brasileira de Empresas de Medicina de Internação Domiciliar).
O NEAD avalia critérios como:
Tempo de internação e internações no último ano;
Condição física-funcional: capacidade de deambulação e de cuidados pessoais, estado nutricional;
Nível de consciência;
Necessidade de cuidados com curativos; higiene pulmonar; drenos/cateter/estomias; medicações; quadro clínico; dependência de O2 ou ventilação mecânica.
ABEMID avalia critérios como:
Necessidade suporte ventilatório ou terapêutico;
Nível de independência funcional para atividades de vida diária;
Presença de lesão vascular cutânea;
Dependência de reabilitação com fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo e outros;
Certamente, a contratação direta e particular, por parte do paciente, dos profissionais de saúde conforme a(s) necessidade(s) de cuidado é o caminho mais rápido e talvez mais eficiente para uma assistência adequada, pois ele pode selecionar o profissional especializado conforme a sua necessidade de cuidado.
Em oncologia, por exemplo, a demanda é crescente, considerando que a incidência da doença é alarmante e que muitos pacientes que passam pelo tratamento tendem a desenvolver complicações ou sequelas que podem ser conduzidas a nível domiciliar, assim como os casos já em cuidados paliativos que devem acontecer, preferencialmente, no domicílio do paciente.
O fato é que vários estudos têm identificado que esta assistência domiciliar conforme a demanda pode acelerar o processo de recuperação, reduzir custos com internações e reinternações, reduz o risco de depressão, infecções hospitalares, viabiliza maior rotatividade dos leitos hospitalares, além de proporcionar um ambiente mais humanizado e propício a reabilitação física, emocional e social para o paciente.
Portanto, se um profissional da saúde quer investir na sua carreira, de forma a manter o máximo de autonomia e com grandes oportunidades de um retorno financeiro líquido maior, o caminho é adquirir um conhecimento especializado! O atendimento domiciliar pode ser a porta de entrada para encontrar os primeiros de vários pacientes, em especial se falamos de pacientes oncológicos. E as redes sociais estão aí para facilitar este encontro entre o profissional e o paciente.
Esse é o nosso mundo de hoje! Uma constante mudança e adaptação ao mercado de trabalho, requerendo o preparo abrangente e ao mesmo tempo especializado para encontrar o melhor espaço para atuar.
Autora: Flávia Maria Ribeiro Vital
Graduada em Fisioterapia pela UFJF
Especializada em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela USP
Especializada em Avaliação tecnológica em Saúde pela UFRGS
Doutora em Ciências pela UNIFESP, ênfase em Saúde Baseada em Evidências
Especialista em Fisioterapia Oncológica
Autora do livro “Fisioterapia oncológica: protocolos assistenciais”
Atuou por 16 anos no Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella como coordenadora do serviço de fisioterapia e do Programa de Aprimoramento de Fisioterapia oncológica
Atua ou já atuou como professora-orientadora em Pós-graduação Stricto-sensu na UNIFESP, USP e UFV.
Coordenadora de Pós-graduações Lato-sensu de Oncologia
Diretora da Vital Knowledge
Diretora do Centro Afiliado de Minas Gerais ao Centro Cochrane do Brasil