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Tamanho do problema Câncer

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Entre as doenças não transmissíveis, o câncer emergiu, e hoje é a primeira ou segunda principal causa de mortalidade prematura, ou seja, mortes antes dos 70 anos. Na maioria dos países com alto índice de desenvolvimento humano – IDH é a primeira causa de morte. Aqui no Brasil ainda permanece atrás apenas das doenças cardiovasculares.

A incidência e a mortalidade por câncer vêm aumentando no mundo, em parte pela transição epidemiológica, onde temos uma substituição gradual da mortalidade por doenças infecciosas pelas mortes relacionadas às doenças crônicas, outra parte devido a transição demográfica, onde temos uma redução nas taxas de fertilidade e de mortalidade infantil, gerando crescimento populacional, e, também, um aumento na proporção de idosos. Além do envelhecimento, existe uma mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco de câncer, especialmente aos associados ao comportamento e desenvolvimento socioeconômico, ou seja, o estilo de vida das pessoas, do processo de industrialização cada vez mais intenso, na exposição à agentes químicos, físicos ou biológicos no ambiente (água, ar etc) e mudanças estruturais, que têm impacto na mobilidade e na recreação.

 

Segundo uma estimativa do World Cancer Report, publicado em 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são esperados mais de 30 milhões de novos casos de câncer em 2040 em todo o mundo, um aumento de 50% comparado aos 19,3 milhões ocorridos em 2020. Já a mortalidade por câncer no mundo foi contabilizada em 9,96 milhões de mortes em 2020 e estima-se um aumento para 16,3 milhões em 2040.

Mas se analizarmos todos os ccasos que estão sendo tratados ou acompanhados (casos antigos), somados àqueles que foram descobertos ou diagnosticados recentemente (casos novos), ou seja a prevalência do câncer, foi possível identificar mais de 50 milhões de pessoas vivendo com câncer em 2020 em uma análise dos últimos 5 anos.

Estudo da OMS mostrou que só na America latina e Caribe, estima-se que a partir de 2030, uma a cada 3 pessoas será exposta a alguma neoplasia com 1 milhão de mortes por ano. Antes era uma doença de risco para os maios velhos e hoje ela atinge pessoas cada vez mais jovens. Na américa latina a mortalidade ainda está em torno de 45% dos casos diagnosticados e isto está relacionado principalmente ao atraso no diagnóstico e início do tratamento, o que mostra que ainda temos muito a desenvolver em termos de organização para fazer fluir as linhas de cuidados em oncologia.

As regiões menos desenvolvidas do planeta têm uma proporção de mortes maior em relação a incidência de casos de câncer comparado as regiões mais desenvolvidas, isso acontece principalmente porque estas regiões não estão adequadamente preparadas para realizar uma detecção precoce, oferecer todo o tratamento e acompanhamento de forma eficiente como o que tem sido melhor oferecido em países desenvolvidos.

    

Excluindo câncer de pele não melanoma, O câncer de pulmão é o mais incidente no mundo, seguido pelo câncer de mama, cólon e reto, próstata e estômago. Enquanto os que mais levam a morte são o de pulmão, seguido do de cólon-reto, estômago, fígado e mama. Portanto, os cânceres de pulmão, colón-reto, mama e estômago precisam ser os principais alvos de estratégias de controle, considerando a alta incidência e mortalidade, uma vez que uma estratégia para se definir a relevância e prioridade para resolver problemas é considerar sua frequência e gravidade.

Estima-se que são gastos cerca de US$ 1,16 trilhão por ano com cuidados em relação ao câncer. Este custo muitas vezes limita o acesso ao tratamento. Certos tratamentos chegam a 1 milhão de dólares ou mais, o que torna cada vez mais difícil oferecer o tratamento adequado para toda população que desenvolve a doença.

A apresentação em estágio tardio e a falta de acesso a diagnóstico e tratamento são comuns, principalmente em países de baixa e média renda. O uso do tabaco é o fator de risco mais importante para o câncer e é responsável por aproximadamente 25% das mortes por câncer. As infecções causadoras de câncer, como hepatite e HPV, são responsáveis por aproximadamente 30% dos casos de câncer em países de baixa e média baixa renda.

Nos países com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), cânceres de alta incidência, como mama, pulmão, próstata e cólon-reto têm taxas duas a três vezes maiores que as dos países de médio ou baixo IDH, embora, tenham um melhor controle destas doenças, traduzidos por uma proporcional menor taxa de mortalidade. Já o câncer de colo de útero em mulheres e o de cavidade oral, lábios e laringe em homens, têm uma maior incidência e pior prognóstico em países de baixo a médio IDH comparado aos de alto ou muito alto IDH.
Para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2023-2025 aponta que ocorrerão cerca 704 mil casos novos de câncer, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.
Os tipos de câncer mais incidentes por localização primária, por sexo podem ser observados na imagem a seguir:

Conhecendo melhor o tamanho do problema câncer poderemos melhor gerenciar os recursos e esforços no efetivo controle do câncer no Brasil!
Se você também considera importante conhecer o tamanho do problema câncer, deixe seu comentário.

Autor: Flávia Maria Ribeiro Vital

  • Especializada em Avaliação Tecnológica em Saúde pela UFRGS
  • Doutora em Ciências pela UNIFESP, ênfase em Saúde Baseada em Evidências
  • Especialista em Fisioterapia Oncológica
  • Autora do livro “Fisioterapia em oncologia: protocolos assistenciais”
  • Tem experiência como professora-orientadora em Pós-graduação Stricto-sensu na UNIFESP, USP e UFV
  • Diretora da Vital Knowledge
  • Diretora do Centro Afiliado de Minas Gerais ao Centro Cochrane do Brasil
  • Professora e coordenadora de Pós-graduações Lato-sensu em Oncologia em diversas Universidades

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